A Embrapa apresentou no dia 09 do mês corrente, em evento no Palácio do Planalto, o Documento Visão 2030: O Futuro da Agricultura Brasileira no evento “Diálogos Estratégicos – Produtividade e Competitividade no Agronegócio”. A iniciativa reuniu como debatedores o secretário de Planejamento Estratégico da Presidência, Carlos Pio, o gerente de Inteligência Estratégica da Embrapa vinculado a Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas (SIRE), Édson Bolfe, e o CEO Ásia Brasil Agro Alliance, Marcos Jank.
Como tornar o Brasil mais competitivo no mercado internacional agropecuário em um contexto de uma agricultura cada vez mais digital e tecnológica? Esse foi a pergunta condutora dos debates, que possibilitou ao público analisar detalhadamente os dados apresentados pela Ásia Brasil Agro Alliance sobre o mercado de commodities brasileiro, onde o país é considerado um dos líderes mundiais. Soja, carne e açúcar/etanol representam 77% do volume das exportações, com destaque para a soja, principal produto do agronegócio para exportação.
Diversificar os produtos agropecuários para a exportação, fortalecer as estruturas das instituições e órgãos públicos responsáveis pelas negociações, ampliar o poder de negociação do Brasil com os países compradores foram temas apresentados por Marcos Jank como desafios para os próximos anos. “A geografia mudou. Precisamos considerar a integração mais efetiva com a Ásia”, destacou o CEO.
Soluções apresentadas recentemente pela Embrapa e parceiros indicam que o país já vem atuando para responder aos desafios da agricultura para os próximos anos. Durante o debate, Bolfe apresentou aspectos do estudo “Visão 2030” baseado em inteligência estratégica antecipativa e lançado durante as comemorações dos 45 anos da Empresa em abril. Confira aqui a matéria sobre o lançamento.
“Em função do crescimento populacional e a urbanização, destacamos que dentro de 12 anos, ou seja, até o ano de 2030, teremos um aumento da demanda mundial de 35% por alimentos, 40% por energia e 50% por água. E o Brasil é um dos países líderes para responder a essa demanda”, afirmou Bolfe.
Alguns outros destaques apontados indicam que a área plantada não sofrerá aumento considerável nos próximos anos, tendo em vista a tendência de intensificação da produção agrícola e as oportunidades para recuperação de áreas degradadas. O estudo evidenciou que o Brasil está ampliando e diversificando a produção a exemplo do trigo tropical, fruticultura e produção de pulses como grão de bico, ervilhas e lentilhas. A produção de milho também está crescendo, em decorrência da amplificação da segunda safra, especialmente no Centro-Oeste. “Estamos conseguindo diversificar e intensificar a produção pelas múltiplas safras e aumento de produtividades com sustentabilidade. Resultado dos constantes avanços da pesquisa e da inovação tecnológica”, destacou o gerente de Inteligência Estratégica.
Ele lembrou, ainda, que a Embrapa vem atuando fortemente no apoio a elaboração de políticas públicas. Como exemplo, o Zoneamento Agrícola do Risco Climático, o Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC) e, mais recentemente, o RenovaBio. “As pesquisas e inovações tecnológicas também foram fatores fundamentais na queda dos custos da cesta básica nos últimos anos”.
Visão 2030: Megatendências
Para a elaboração do Visão 2030: o futuro da agricultura brasileira, foram coletadas informações em bases de dados, estudos e agendas estratégicas trazendo perspectivas e os principais desafios científicos, tecnológicos e organizacionais baseados em análises do ambiente interno e externo, nacional e internacional. Um dos destaques é a identificação de sete megatendências. São elas: Mudanças Socioeconômicas e Espaciais na Agricultura; Intensificação e Sustentabilidade dos Sistemas de Produção Agrícolas; Mudança do Clima; Riscos na Agricultura; Agregação de Valor nas Cadeias Produtivas Agrícolas; Protagonismo dos Consumidores; e Convergência Tecnológica e de Conhecimentos na Agricultura. A publicação explora aspectos relacionados a cada uma das megatendências e indica desafios.
Informações das câmaras setoriais e temáticas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, projeções de oferta e demanda de produtos agrícolas no mercado nacional e internacional e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS) da ONU são exemplos considerados na modelagem das megatendências.
A trajetória e o atual posicionamento da agricultura brasileira frente às tendências e sinais forneceram as premissas para a condução das análises das megatendências. Entre elas, destacam-se o fato de que o Brasil continuará figurando entre os principais protagonistas mundiais na produção e no comércio de grãos e carnes nos próximos anos e a constatação de que a tecnologia foi responsável pelo alcance dessa posição e continuará funcionando como um vetor transformador.
Fonte: Embrapa (10/05/2018)
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